Martin Luther King" é um documentário em inglês (com legenda) que faz parte da coleção Educação Antirracista e pode ser trabalhado no Ensino Médio. Sugerimos que algumas temáticas sejam abordadas previamente para elucidar a visualização do vídeo:
- Guerra Civil americana;
- Divisão dos Estados Unidos entre norte e sul;
- Resistência negra nos Estados Unidos;
- Assassinato de pessoas negras no decorrer da História.
Para auxiliar na discussão, confira o resumo a seguir.
Martin Luther King foi um dos maiores líderes dos direitos civis do mundo. Ele nasceu em 1929, no sul segregacionista dos Estados Unidos, por isso desde novo queria uma mudança na sociedade desigual e dividida. Assim como o pai, ele seguiu a tradição religiosa e se tornou pastor, além de ter feito doutorado na Universidade de Boston.
Seu carisma, bem como o pensamento de resistência não violenta, cativou muitos seguidores. Luther King foi enviado como pastor para o estado Alabama e passou a ser observado pelo FBI, pois era considerado um homem perigoso por suas ideias revolucionárias.
Em 1955, Rosa Parks, mulher negra que se negou a ceder um lugar a um branco no ônibus, foi presa. A partir disso, a luta por igualdade de direitos se intensificou e a população negra fez um movimento de boicote aos ônibus, que durou mais de um ano. A princípio, King estava relutante, mas depois aderiu à ação e ganhou notoriedade nacional.
Aos 27 anos, Luther King já era um líder influente e tornou-se presidente da Conferência da Liderança Cristã do Sul. Foram realizadas várias campanhas e protestos pacíficos, mas a polícia reagiu com violência. Contudo, o lema de Luther King era não revidar e ele conseguiu uma visibilidade nacional com as imagens da brutalidade policial, o que permitiu uma maior abertura do comércio aos negros e outras conquistas.
Seu envolvimento com um parceiro de luta comunista (um advogado branco) atraiu ainda mais o FBI, que considerava estar Luther King envolvido em conspirações comunistas. Apesar disso, King usava a ética cristã para criticar a sociedade e não o marxismo. Ele se tornou o homem mais perigoso dos EUA e, ao mesmo tempo, influenciou o mundo, chegando a receber o Prêmio Nobel da Paz em 1964.
Com os avanços na luta por direitos, a vigilância e a intimidação do FBI aumentaram. O foco era proteger o governo americano e preservar a ordem social, então o FBI acumulou inúmeras informações secretas por muito tempo para usá-las como arma política, inclusive contra Luther King, pois foram instaladas escutas nos telefones e hotéis que King se hospedava e descobriram que ele traía sua esposa. Mesmo com informações da vida privada do líder negro, o FBI não conseguiu reduzir sua influência.
Em certo momento, Luther King percebeu que era necessária uma mudança drástica para resolver o problema da pobreza e começou a compartilhar ideias mais radicais. Após seu último discurso, King foi para um hotel com seus companheiros e, antes de deixar o local, foi assassinado com um tiro.
Esse acontecimento causou uma forte reação social. Mais de 100 mil pessoas se reuniram para o funeral e o movimento de não violência acabou, o que culminou em manifestações agressivas e mortes. Vários pontos da cidade de Chicago literalmente pegaram fogo com as ondas de protestos por diversas causas durante esse período.
Conforme o documentário, o assassino do líder negro só foi descoberto dois meses depois e era um homem pobre que, provavelmente, recebeu ajuda de racistas poderosos que queriam a morte de King, mesmo que esse fato não tenha sido comprovado. O legado de Martin Luther King é notório até os dias atuais, pois representou uma luta por justiça e igualdade que ainda prevalece.
Após assistirem ao vídeo, é possível promover um debate com a turma sobre os aspectos abordados. Além disso, confira outras sugestões de atividades:
- Criação de um manifesto coletivo contra o racismo e a violência policial para ser divulgado na escola e nas redes sociais;
- Divisão da turma em grupos para pesquisas e apresentações de slides sobre os movimentos por direitos humanos das pessoas negras nos Estados Unidos e em outros lugares do mundo;
- Evento escolar para a conscientização acerca do respeito e da igualdade para todos os seres humanos, com palestras, manifestações culturais que valorizam a diversidade e criação de estratégias para reduzir o racismo na comunidade.
A partir do uso dessa obra audiovisual na sala de aula, podem ser trabalhadas as seguintes competências e habilidades da BNCC nas áreas Linguagens e suas Tecnologias e Ciências Humanas e Sociais Aplicadas:
1. Compreender o funcionamento das diferentes linguagens e práticas culturais (artísticas, corporais e verbais) e mobilizar esses conhecimentos na recepção e produção de discursos nos diferentes campos de atuação social e nas diversas mídias, para ampliar as formas de participação social, o entendimento e as possibilidades de explicação e interpretação crítica da realidade e para continuar aprendendo.
(EM13LGG104) Utilizar as diferentes linguagens, levando em conta seus funcionamentos, para a compreensão e produção de textos e discursos em diversos campos de atuação social.
2. Compreender os processos identitários, conflitos e relações de poder que permeiam as práticas sociais de linguagem, respeitando as diversidades e a pluralidade de ideias e posições, e atuar socialmente com base em princípios e valores assentados na democracia, na igualdade e nos Direitos Humanos, exercitando o autoconhecimento, a empatia, o diálogo, a resolução de conflitos e a cooperação, e combatendo preconceitos de qualquer natureza.
(EM13LGG201) Utilizar as diversas linguagens (artísticas, corporais e verbais) em diferentes contextos, valorizando-as como fenômeno social, cultural, histórico, variável, heterogêneo e sensível aos contextos de uso.
3. Utilizar diferentes linguagens (artísticas, corporais e verbais) para exercer, com autonomia e colaboração, protagonismo e autoria na vida pessoal e coletiva, de forma crítica, criativa, ética e solidária, defendendo pontos de vista que respeitem o outro e promovam os Direitos Humanos, a consciência socioambiental e o consumo responsável, em âmbito local, regional e global.
(EM13LGG303) Debater questões polêmicas de relevância social, analisando diferentes argumentos e opiniões, para formular, negociar e sustentar posições, frente à análise de perspectivas distintas.
(EM13LGG304) Formular propostas, intervir e tomar decisões que levem em conta o bem comum e os Direitos Humanos, a consciência socioambiental e o consumo responsável em âmbito local, regional e global.
(EM13LGG305) Mapear e criar, por meio de práticas de linguagem, possibilidades de atuação social, política, artística e cultural para enfrentar desafios contemporâneos, discutindo princípios e objetivos dessa atuação de maneira crítica, criativa, solidária e ética.
7. Mobilizar práticas de linguagem no universo digital, considerando as dimensões técnicas, críticas, criativas, éticas e estéticas, para expandir as formas de produzir sentidos, de engajar-se em práticas autorais e coletivas, e de aprender a aprender nos campos da ciência, cultura, trabalho, informação e vida pessoal e coletiva.
(EM13LGG703) Utilizar diferentes linguagens, mídias e ferramentas digitais em processos de produção coletiva, colaborativa e projetos autorais em ambientes digitais.
1. Analisar processos políticos, econômicos, sociais, ambientais e culturais nos âmbitos local, regional, nacional e mundial em diferentes tempos, a partir da pluralidade de procedimentos epistemológicos, científicos e tecnológicos, de modo a compreender e posicionar-se criticamente em relação a eles, considerando diferentes pontos de vista e tomando decisões baseadas em argumentos e fontes de natureza científica.
(EM13CHS102) Identificar, analisar e discutir as circunstâncias históricas, geográficas, políticas, econômicas, sociais, ambientais e culturais de matrizes conceituais (etnocentrismo, racismo, evolução, modernidade, cooperativismo/desenvolvimento etc.), avaliando criticamente seu significado histórico e comparando-as a narrativas que contemplem outros agentes e discursos.
4. Analisar as relações de produção, capital e trabalho em diferentes territórios, contextos e culturas, discutindo o papel dessas relações na construção, consolidação e transformação das sociedades.
(EM13CHS403) Caracterizar e analisar os impactos das transformações tecnológicas nas relações sociais e de trabalho próprias da contemporaneidade, promovendo ações voltadas à superação das desigualdades sociais, da opressão e da violação dos Direitos Humanos.
5. Identificar e combater as diversas formas de injustiça, preconceito e violência, adotando princípios éticos, democráticos, inclusivos e solidários, e respeitando os Direitos Humanos.
(EM13CHS502) Analisar situações da vida cotidiana, estilos de vida, valores, condutas etc., desnaturalizando e problematizando formas de desigualdade, preconceito, intolerância e discriminação, e identificar ações que promovam os Direitos Humanos, a solidariedade e o respeito às diferenças e às liberdades individuais.
(EM13CHS503) Identificar diversas formas de violência (física, simbólica, psicológica etc.), suas principais vítimas, suas causas sociais, psicológicas e afetivas, seus significados e usos políticos, sociais e culturais, discutindo e avaliando mecanismos para combatê-las, com base em argumentos éticos.
(EM13CHS504) Analisar e avaliar os impasses ético-políticos decorrentes das transformações culturais, sociais, históricas, científicas e tecnológicas no mundo contemporâneo e seus desdobramentos nas atitudes e nos valores de indivíduos, grupos sociais, sociedades e culturas.
6. Participar do debate público de forma crítica, respeitando diferentes posições e fazendo escolhas alinhadas ao exercício da cidadania e ao seu projeto de vida, com liberdade, autonomia, consciência crítica e responsabilidade.
(EM13CHS603) Analisar a formação de diferentes países, povos e nações e de suas experiências políticas e de exercício da cidadania, aplicando conceitos políticos básicos (Estado, poder, formas, sistemas e regimes de governo, soberania etc.).
(EM13CHS605) Analisar os princípios da declaração dos Direitos Humanos, recorrendo às noções de justiça, igualdade e fraternidade, identificar os progressos e entraves à concretização desses direitos nas diversas sociedades contemporâneas e promover ações concretas diante da desigualdade e das violações desses direitos em diferentes espaços de vivência, respeitando a identidade de cada grupo e de cada indivíduo.